Cacheu: Primórdios da Presença Portuguesa
Cacheu foi "a fonte principal do comércio de Cabo Verde", na terra firme da Guiné, "onde os navios portugueses vinham obter escravos e drogas da região", de acordo com Veríssimo Serrão ("História de Portugal", v. V, p. 284), que acrescenta: "Havia a recear a ameaça dos franceses do Senegal que, por intermédio de Bissau, pretendiam instalar-se na costa da Guiné". Portugal "teve de salvaguardar esse tráfico, maneira de garantir a acção dos missionários. Por mais, o régulo Bocampolco permitira em 1692 a fundação de uma capitania em Bissau, cujo terreno foi comprado em 1698 com a autorização do novo régulo Incinhate".
Em 1675 foi fundada a Companhia de Cacheu, "que a 19 de maio de 1676 viu os seus privilégios confirmados por seis anos. Tinha o direito de tráfico na costa da Guiné e no arquipélago de Cabo Verde, assim como de escravos para a Metrópole, os domínios do Ultramar e a América espanhola". Quinze anos mais tarde viria a ser refundada com a designação de "Companhia de Cacheu e Cabo Verde". A companhia tinha como primeira ocupação a escravatura. "Por não ter conseguido um largo apoio dos moradores de Cabo Verde e da Guiné, não tardou a Companhia em dar prejuízo", refere Veríssimo Serrão na mesma obra, "o que levou a Coroa em 1703 a não renovar o contrato". A falta de comércio levou ao abandono de Bissau em 1707, sendo o forte arrasado.
Em 1675 foi fundada a Companhia de Cacheu, "que a 19 de maio de 1676 viu os seus privilégios confirmados por seis anos. Tinha o direito de tráfico na costa da Guiné e no arquipélago de Cabo Verde, assim como de escravos para a Metrópole, os domínios do Ultramar e a América espanhola". Quinze anos mais tarde viria a ser refundada com a designação de "Companhia de Cacheu e Cabo Verde". A companhia tinha como primeira ocupação a escravatura. "Por não ter conseguido um largo apoio dos moradores de Cabo Verde e da Guiné, não tardou a Companhia em dar prejuízo", refere Veríssimo Serrão na mesma obra, "o que levou a Coroa em 1703 a não renovar o contrato". A falta de comércio levou ao abandono de Bissau em 1707, sendo o forte arrasado.
Companhia de Cacheu (1675-1682)
Desde 1671 planeava-se em Portugal a constituição de uma nova companhia monopolista, conforme proposta de Manuel da Costa Pessoa. Desse modo, após uma fase de estudo preliminar da ideia em que se apresentaram diversos pareceres, a "Companhia de Cacheu, Rios e Comércio da Guiné" foi estabelecida em 1675. Em 19 de Maio de 1676 teve os seus privilégios confirmados pelo príncipe-regente D. Pedro, a saber o direito do tráfico na costa da Guiné e no arquipélago de Cabo Verde, assim como de exportar escravos para a Metrópole, os seus domínios do Ultramar e a América Espanhola. Reservava-se, porém, a terça parte da tonelagem dos navios da Companhia para frete dos moradores das ilhas de Cabo Verde, os quais podiam fazer transportar os seus produtos e escravos no âmbito de um direito assegurado ao comércio livre na zona. Dentro da prática mercantilista e colonial, só se lhes vedava o negócio com estrangeiros.
A companhia assumia uma série de encargos, entre os quais o da reedificação e defesa da praça de Cacheu, o que compreendia o custeio de soldos, provisões e armas para a guarnição militar enquanto a sociedade subsistisse, e ainda o pagamento da folha eclesiástica e secular pelo mesmo prazo. A extensão das responsabilidades da Companhia era de tal monta que resultou numa autêntica reforma administrativa, que se pautou por três novos regimentos que se deram ao governador das ilhas de Cabo Verde, ao capitão-mor de Cacheu e ao feitor da mesma praça:
A companhia assumia uma série de encargos, entre os quais o da reedificação e defesa da praça de Cacheu, o que compreendia o custeio de soldos, provisões e armas para a guarnição militar enquanto a sociedade subsistisse, e ainda o pagamento da folha eclesiástica e secular pelo mesmo prazo. A extensão das responsabilidades da Companhia era de tal monta que resultou numa autêntica reforma administrativa, que se pautou por três novos regimentos que se deram ao governador das ilhas de Cabo Verde, ao capitão-mor de Cacheu e ao feitor da mesma praça:
- "Regimento que se deu ao Governador das Ilhas de Cabo Verde João Cardoso Pissaro" em 10 de maio de 1676;
- "Regimento do Capitam Mór de Cacheu que levou quando se fez a Companhia" em 20 de maio de 1676;
- "Regimento para o Feitor de Cacheu depois da Instituição da Companhia" em 20 de maio de 1676.